Retomando nossas cores, optei pela ganância, relacionando-a ao amarelo de nossa bandeira. Nas escolas, há muito tempo, dentro da apologia aos ícones desbravadores – os bandeirantes, enalteciam o ouro, justificando, assim, a presença da cor amarela em nossa bandeira, ouro esse que foi saqueado de nossas terras para a riqueza das nações europeias. Com ele, deu-se o início de uma revolução no capitalismo, pois possibilitou o salto do comercial para o industrial.
Muitos escravos morreram e foram tirados de suas terras (África) para atender às demandas de mão de obra na colônia.
Esse mesmo ouro, aqui, gerou a formação de uma sociedade urbana, mineradora e escravocrata. O certo seria, nas escolas, ensinarem que o amarelo da bandeira faz referência ao sol por sermos um país com a maioria das nossas terras dentro da Zona Intertropical. O que, para os europeus, era um fator bem marcante em relação às suas terras frias (temperadas) e com invernos congelantes.
Hoje, o amarelo da nossa bandeira foi “tomado” por um conjunto de pessoas cujo uso em suas camisetas demonstra esse desconhecimento histórico e geográfico. Podemos dizer que, para esses baderneiros alojados defronte aos TGs e quartéis, o amarelo afronta, inclusive, a História pelos desconhecimentos no campo político que emanam e pela insanidade de uma geografia pautada na terra plana. Esse repente de insanidade, na verdade, se dá pela ignorância e desapego à leitura. Usados como massa de manobra dos verdadeiros golpistas e gananciosos desse país – a elite do atraso. Essa elite vem desde Minas Gerais, sendo poupada das prisões e justas punições pelo uso do seu poder econômico. Todos se lembram da Inconfidência Mineira, mas poucos sabem de como as penas contra os que tramavam a insurreição contra Portugal (metrópole) foram permutadas, e só o alferes acabou pagando como bode expiatório.
Mas, nos dias de hoje, a ganância que move essa camada rica e ostentosa chegou ao poder político da pior forma, via golpes. O primeiro, com aval de maçons, militares e fazendeiros escravistas que, enraivecidos e contrariados pelo fim da escravidão, derrubaram a Monarquia e implantaram a República.
O sonho de riqueza perpétua se desloca, nesse momento, para o café, lembrando que antes tivemos, em sequência: a cana de açúcar, o ouro, o café, a borracha e, atualmente, a soja. Notemos que o AGRO não é nada pop e democrático, mas, sim, golpista e conservador. Notícias e relatos de uso de trabalho análogo ao de escravo em fazendas de muitos ricos e gananciosos são vistos ainda hoje.
Uma camada desses ricos conservadores, depois de 30, nos governos Vargas e JK, entraram numa linha progressista por falta de opção, pois o café brasileiro sofreu os efeitos da crise de 29. O café trouxe mão de obra imigrante de várias partes da Europa, e essas foram usadas pela nascente indústria, tendo por base seu passado e conhecimento de uma revolução Industrial (1750, na Inglaterra).
O uso de meios escusos, como o Convênio de Taubaté, a Lei Kandir mais recentemente, e de manobras no Congresso pôs essa elite a controlar a nascente e crescente classe média para seus golpes em 1964, 2014, 2018 e nos dias atuais, com pedidos de cancelamento de eleições, intervenção federal, fechamento do Congresso e apoio ao nazismo e fascismo.
Que ganância é essa que faz religiões ficarem cegas, inclusive os espíritas e kardecistas maçons, e defenderem as armas e agressões ao STF?
É deprimente ver empresários bancando fechamento de rodovias, incendiando caminhões, paralisando setores de necessidade do povo, num “lockdown da estupidez”. Pessoas humildes cerceadas no seu direito básico de ir e vir, “caminhoneiros” contratados por empresas conspurcando e desacreditando essa categoria, hoje equiparada a “marginais do asfalto”.
Nos anos 70/80, havia um lema nos encerados dos caminhões, e que no fundo era verdade: “SEM CAMINHÃO, O BRASIL PARA”, pois os governos militares priorizaram o setor rodoviário e anularam o ferroviário. Hoje, teríamos, “COM CAMINHONEIROS, O BRASIL NÃO ANDA!” Pasme! Tudo isso aos olhos da PRF, da PM e do Exército.
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